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Suplementos

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Suplementos e alimentação

A gravidez provoca modificações fisiológicas no organismo materno que geram necessidade aumentada de nutrientes essenciais. Seja em termos de micro ou macronutrientes, o inadequado aporte energético da gestante pode levar a uma competição entre a mãe e o feto, limitando a disponibilidade dos nutrientes necessários ao adequado crescimento fetal.

Antes de aprofundar em suplementos, é importante reconhecer que os suplementos não são uma "cura para tudo" e não podem substituir uma dieta nutritiva e rica em alimentos reais quando se trata de apoiar a gestação.

Em vez disso, os suplementos são úteis para preencher lacunas específicas de nutrientes em sua dieta ou para apoiar sua saúde de outras maneiras.

Os suplementos podem ser particularmente úteis se você tiver:

  • deficiências de nutrientes conhecidas
  • se tiver gestante
  • se estiver com pré-eclâmpsia ou diabetes gestacional
  • se tiver limitações alimentares
  • se lidar com uma condição de saúde
  • se lidar com os efeitos de uma condição de saúde
  • se tiver feito uso de anticoncepcional recentemente
  • se tiver realizado cirurgia bariátrica
  • etc

Gestantes devem suplementar

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A gestante de hoje não recebe a mesma quantidade de minerais em comparação com uma gestante que vivia 30 ou 90 anos atrás. Em 1927, pesquisadores de King’s College, da Universidade de Londres, começaram a coletar dados sobre o teor de nutrientes dos alimentos (27 variedades de vegetais e 17 de frutas, 10 cortes de carne, e alguns queijos e leites). Suas análises foram repetidas em intervalos regulares desde então, dando-nos uma imagem única de como a composição da nossa alimentação mudou ao longo do século passado: os alimentos perderam de 20 a 60% dos seus nutrientes. Essa perda de nutrientes é observada sob vários ângulos. E, mesmo que as necessidades diárias recomendadas apresentem-se de forma conservadora – e muitas esperando por uma revisão com urgência frente às conclusões de várias pesquisas modernas –, estudos vêm indicando uma carência nutricional, entre gestantes, de vitaminas e minerais essenciais, como o magnésio, folato, vitamina E, D, ou mesmo gorduras benéficas como o DHA.

Importância dos nutrientes

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O ideal é que a mulher estivesse já consumindo as vitaminas e minerais necessários antes da gravidez para garantir reservas de nutrientes suficientes antes da concepção. Isso é particularmente importante para nutrientes que têm funções conhecidas na prevenção de defeitos do tubo neural. O tubo neural começa a se fechar por volta de 21 dias após a concepção, que é, em média, 7 a 8 dias após a falta do período menstrual. Em outras palavras, esse processo acontece antes de muitas mulheres saberem que estão grávidas.

O nutriente mais amplamente reconhecido que pode ajudar a prevenir defeitos do tubo neural é o folato, que se estima prevenir mais de 50% dos defeitos do tubo neural.

Vários nutrientes estão associados a um menor risco de defeitos do tubo neural. Da mesma forma, muitos desses nutrientes participam do metabolismo do folato e da metilação. Até o momento, a pesquisa descobriu que os seguintes micronutrientes ajudam a reduzir pela metade o risco de defeitos do tubo neural, particularmente quando a ingestão de todos eles é simultaneamente suficiente:

  • Folato B9
  • Vitamina B12
  • Vitamina B6
  • Vitamina B2
  • Colina
  • Glicina
  • Inositol
  • Zinco

Todos esses nutrientes podem tecnicamente ser fornecidos seguindo uma dieta baseada em animais. No entanto, muitas mulheres não atingem suas necessidades de vitaminas e minerais por motivos como: baixa ingestão calórica, restrições alimentares, pouca variedade na dieta, baixa/nenhuma ingestão de vísceras, peixes e frutos do mar, cirurgia bariátrica etc.

Sobre multivitamínicos prontos de pré-natal

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Escolher um multivitamínico para usar durante a gestação pode parecer simples, mas você pode se surpreender ao descobrir que os fabricantes não precisam seguir nenhum requisito para listar seu multivitamínico como um "pré-natal" e oferecê-lo para mulheres para apoiar a fertilidade e a gravidez.

Independentemente de um produto ter apenas um punhado de nutrientes ou cobrir todo o espectro de necessidades de micronutrientes, ele pode ser rotulado como um pré-natal ou multivitamínico para mulheres.

Ausência de componentes importantes

Muitos suplementos prontos disponíveis comercialmente carecem de: cálcio, iodo, colina, manganês, boro, molibdênio, magnésio, vitamina D e vitamina K2. Alguns desses nutrientes, como a colina, cálcio e magnésio, ocupam muito espaço em cápsulas, e por isso os fabricantes os deixam de fora ou colocam em quantidades mínimas para manter o número total de cápsulas reduzido.

Algumas fórmulas também deixam de fora a vitamina A pré-formada (retinol) inteiramente, optando pelo beta caroteno menos potente. Como já mostrado em conteúdos anteriores, uma grande porcentagem de mulheres não consome vitamina A suficiente dos alimentos, especialmente mulheres que não comem fígado, e o beta caroteno não é convertido de forma confiável em retinol em concentrações suficientes.

Concentrações baixas

Todas as empresas ao produzirem um multivitamínico pré-natal ou não, devem seguir os valores máximos de vitaminas e minerais da IDR (Ingestão Diária Recomendada), que é definida pela ANVISA – conforme a legislação seguida, dos alimentos ou medicações. Esses valores são baseados na RDA (Recommended Dietary Allowances), um sistema de recomendações nutricionais americano que é revisto periodicamente refletindo os avanços do conhecimento científico.

Um problema é que a periodicidade das revisões científicas não ocorre de forma ágil como desejaríamos ou precisaríamos... e a mais recente edição (10a) é do ano de 1989. De lá para cá, muitos estudos quantitativos e qualitativos já evidenciam valores diferentes de alguns nutrientes. Isso posto, os multivitamínicos pré-natais comerciais são fabricados com muitos de seus ingredientes em doses baixas, pois a ANVISA não permite a comercialização de vitaminas e minerais acima da IDR atual. Por exemplo, a IDR da vitamina D é de 200UI, no entanto, sabe-se que a gestante precisa de, pelo menos, 2.000UI; a vitamina C conforme a IDR é 45mg, mas um valor mais benéfico evidenciado é de 300mg/dia.

As baixas concentrações podem também não darem contas de sanar deficiências já instaladas. No exemplo que deixei de suplemento abaixo, ele traz uma baixa dosagem de Vitamina D, o que pode ser insuficiente para uma mulher que esteja com a Vitamina D abaixo de valores ideais (entre 40-60) e também traz baixas doses de Vitamina B12 e ferro. Nele consta o oferecimento de 2,5mcg de Vitamina B12, sendo que muitas vezes ela precisa ser suplementada entre 500mcg a 1000mcg. Em relação ao ferro, no produto analisado consta 12mg de ferro, sendo que muitas vezes a suplementação se dá em 45mg.

Ou seja, quando se trata de produtos prontos, as concentrações serão baixas pois esses produtos não consideram questões individuais de cada mulher.

Formas menos biodisponíveis

A forma dos nutrientes pode variar entre diferentes produtos.

Priorizando o lucro, grande parte de fabricantes usa as formas mais baratas de nutrientes e em quantidades mínimas. Um ótimo exemplo disso é a forma de vitaminas B incluídas. Para usar o folato como exemplo, a maioria das empresas usará o ácido fólico, que é uma forma sintética de folato não encontrada na natureza. É bem absorvido pelo intestino, mas não é bem utilizado pelo corpo, levando ao acúmulo de algo chamado "ácido fólico não metabolizado" na corrente sanguínea.

Este acúmulo pode realmente bloquear os receptores de folato e levar a uma deficiência funcional de folato e problemas de metilação no corpo. O ácido fólico é muito barato para os fabricantes de suplementos, custando apenas US$50/kg, enquanto a versão "ativa" do folato, conhecida como L-metilfolato (também chamado de 5-MTHF), pode custar US$13.300/kg - isso é mais de 250x mais caro.

Outros exemplos de formas biodisponíveis de nutrientes incluem vitamina D como vitamina D3 (em vez de D2), palmitato de retinol (em vez de betacaroteno ou, no mínimo, uma combinação dos dois), e vitamina B12 como metilcobalamina, adenosilcobalamina ou hidroxicobalamina (em vez de cianocobalamina). Existem muitos outros exemplos, mas estes são alguns dos mais cruciais.

Veja que no produto que analisei abaixo isso aparece, eis que trouxeram a B12 como cianocobalamina e a B6 como cloridrato de piridoxina ao invés de piridoxal-5-fosfato.

Prefira a manipulação

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Com isso, concluo que os multivitamínicos prontos para a gestação não são o ideal. A melhor alternativa é optar pela manipulação individual de seus suplementos.

Esta abordagem leva em consideração a sua dieta específica, o seu estado de saúde e os seus exames. Além disso, a manipulação individual garante que você esteja recebendo as formas mais biodisponíveis de nutrientes e garante que todos os nutrientes necessários estejam sendo fornecidos em quantidades satisfatórias.

Análise de produto pronto

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Abaixo você pode ver as informações nutricionais do Femibion 1 (indicado para início da gestação até 12 semanas), sendo que essa é minha análise sobre ele:

  • Vemos uma Vitamina D em baixa dose, desacompanhada de Vitamina K2.
    • A suplementação de vitamina D em conjunto com a vitamina K2 é importante porque essas duas vitaminas trabalham em sinergia no organismo. A vitamina D auxilia na absorção de cálcio no intestino, enquanto a vitamina K2 ajuda a garantir que o cálcio seja direcionado para os lugares adequados, como ossos e dentes, e não se acumule em locais indesejados, como artérias e tecidos moles.
  • Há vitamina B2, B9, B6 e B12, sendo as duas últimas em baixas doses.
  • Não consta B1, B3, B5 e biotina.
  • A vitamina B12 está como cianocobalamina e não como metilcobalamina, que é a forma mais ativa.
  • A Vitamina B6 está como cloridrato de piridoxina (baixa disponibilidade) e não como piridoxal-5-fosfato (alta disponibilidade).
  • A Vitamina C está em baixa dosagem, assim como a Vitamina E, a Colina e o ferro.
  • Não consta: Vitamina K2, B1, B2, B5, biotina, Vitamina A, magnésio, manganês, cálcio, cromo, selênio, Ômega 3, molibdênio e boro.
  • Além disso, traz ingredientes não interessantes como óleo de soja, amido de milho, maltodextrina etc.
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Quando começar a usar

Usar suplementos durante toda a gestação é essencial para garantir que a mãe e o bebê recebam os nutrientes necessários para um desenvolvimento saudável. Durante a gestação, as necessidades nutricionais da mulher aumentam significativamente para apoiar o crescimento e desenvolvimento do feto. Além disso, a ingestão adequada de nutrientes durante a gravidez pode prevenir complicações gestacionais e promover a saúde a longo prazo do bebê.

Os suplementos podem fornecer nutrientes essenciais que podem ser deficientes na dieta, como ácido fólico, que é vital para prevenir defeitos do tubo neural no feto. A vitamina D é outra que, muitas vezes, precisa ser suplementada, pois sua deficiência está associada a várias complicações, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional. Além disso, nutrientes como ferro e cálcio são necessários em quantidades maiores durante a gravidez, e a suplementação pode ser necessária para atender a essas necessidades aumentadas.

No entanto, é importante lembrar que os suplementos não substituem uma dieta saudável e equilibrada, mas sim complementam. Além disso, a suplementação deve ser individualizada e baseada nas necessidades específicas de cada mulher, devendo ser orientada por um profissional de saúde.

Alguns suplementos importantes na gestação

Cálcio

O cálcio é o mineral mais abundante no corpo, com 99% armazenado nos ossos e dentes e menos de 1% no sangue e outros tecidos moles.

Por que você precisa de cálcio durante a gravidez: Seu bebê em crescimento obtém todo o cálcio de que precisa do seu corpo, principalmente para o desenvolvimento de ossos e dentes. Isso significa que se você não estiver ingerindo as quantidades certas em sua dieta, seu corpo irá liberar cálcio de seus próprios ossos, tornando-o mais suscetível à osteoporose.

Quanto cálcio você precisa durante a gravidez: 1.000 miligramas (mg) por dia para mulheres grávidas com 19 anos ou mais (1.300 mg para mulheres grávidas com 18 anos ou menos). A maioria dos suplementos prontos não trazem essa dosagem.

Melhores alimentos ricos em cálcio para mulheres grávidas: leite, iogurte, queijo, salmão, sardinha. Se você tiver problemas para digerir produtos lácteos, poderá obter cálcio consumindo sardinhas ou anchovas. Você também pode obter cálcio através de suplementos de cálcio.

A suplementação de cálcio durante a gravidez tem o potencial de reduzir resultados gestacionais adversos, em particular ao diminuir o risco de desenvolvimento de doenças hipertensivas durante a gravidez, que estão associadas a um número significativo de mortes maternas e a um risco considerável de parto prematuro, a principal causa de mortalidade neonatal precoce e mortalidade infantil.

Colina

A colina é um nutriente essencial semelhante a uma vitamina que está envolvido em muitos processos fisiológicos, incluindo a produção de neurotransmissores (ou seja, mensageiros químicos) no cérebro. Também é necessário para produzir fosfolipídios, que ajudam na estrutura das membranas celulares.

Por que você precisa de colina durante a gravidez: A colina é vital para o desenvolvimento do cérebro fetal – especificamente o centro de memória do cérebro. Também pode afetar a cognição mais tarde na vida – bom também para o envelhecimento do cérebro! Alguns estudos demonstraram que a ingestão adequada de colina durante a gravidez diminui o risco de defeitos do tubo neural.

Quanta colina você precisa durante a gravidez: 450 mg por dia. A maioria dos suplementos prontos não trazem essa dosagem.

Melhores alimentos ricos em colina para mulheres grávidas: ovos, fígado, carne, salmão, frango.

Vitamina B9

O ácido fólico não é importante apenas quando você está tentando engravidar ou no início da gravidez. Você vai querer abastecê-lo ao longo dos próximos nove meses, pois ele desempenha um papel importante na produção de glóbulos vermelhos e ajuda o cérebro e a medula espinhal do seu bebê a se desenvolverem adequadamente.

O ácido fólico ajuda o corpo a quebrar, usar e criar proteínas, o alicerce de nossas células. Ele também desempenha um papel na criação do DNA e auxilia na formação do coração e do sistema circulatório do seu bebê. No início da gravidez, pode reduzir o risco de defeitos do tubo neural, como espinha bífida.

Por que você precisa de ácido fólico durante a gravidez: Como a maioria dos defeitos congênitos se desenvolve nas primeiras semanas de gravidez, é mais importante do que nunca fazer a reposição o mais cedo possível. Mas você também precisa manter a ingestão de ácido fólico à medida que o bebê cresce, pois ajuda no desenvolvimento de sistemas-chave do corpo do bebê e reduz o risco de parto prematuro, diabetes gestacional e defeitos cardíacos.

Quanto ácido fólico você precisa durante a gravidez: 400 mcg por dia começando pelo menos um mês antes da concepção, na forma de metilfolato.

Os melhores alimentos ricos em ácido fólico para mulheres grávidas: fígado, laranjas, morangos, vegetais de folhas verdes, couve-flor, beterraba.

Vitamina B12

Esta vitamina B solúvel em água é necessária para a formação de glóbulos vermelhos, função do sistema nervoso e síntese de DNA.

Por que você precisa de vitamina B12 durante a gravidez:  Durante a gravidez, o suprimento de glóbulos vermelhos da mulher aumenta de 20 a 30 por cento, e a vitamina B12 (junto com outras vitaminas B e ferro) é um nutriente crítico para esse processo. Uma deficiência antes da concepção e no início da gravidez está associada a um risco maior de ter um bebê com defeitos do tubo neural.  Mulheres grávidas vegetarianas ou veganas  correm especialmente risco de deficiência, a menos que comam alimentos fortificados ou tomem suplementos. Portanto, certifique-se de incluir alimentos e receitas saborosas e ricas em vitamina B12 em sua dieta para se saciar.

Quanta vitamina B12 você precisa durante a gravidez: pelo menos 2,6 mcg por dia, na forma de metilcobalamina, porém mulheres com níveis baixos de B12 podem precisar de doses muito maiores.

Melhores alimentos ricos em vitamina B12 para mulheres grávidas: salmão, atum, carne bovina, laticínios, fígado.

Vitamina D

A vitamina D é única, pois sua dieta não é a principal fonte desse nutriente. A exposição ao sol representa 90% da vitamina D no corpo para quem não usa suplementos. No entanto, uma grande variedade de fatores influencia sua capacidade de produzir vitamina D suficiente a partir do sol. Isso pode explicar por que as taxas de deficiência variam consideravelmente em diferentes partes do mundo, com taxas mais altas geralmente vistas em lugares mais distantes do equador.

Se você tem pele naturalmente mais escura, tem até 20 vezes mais chances de ser deficiente, em parte devido aos níveis mais altos do pigmento melanina na pele, que inibe a produção de vitamina D a partir da exposição ao sol. Portanto, lembre-se de que quanto mais escura for a tonalidade da sua pele, mais exposição ao sol você precisará para atender à demanda do seu corpo por vitamina D.

As pessoas com um índice de massa corporal (IMC) elevado, ou seja, aquelas que são consideradas com sobrepeso ou obesas, também tendem a ter níveis mais baixos de vitamina D. Isso acontece mesmo quando se expõem ao sol, que é a principal fonte natural de vitamina D. A razão para isso é que a vitamina D é uma vitamina lipossolúvel, o que significa que é armazenada na gordura corporal. Em pessoas com um IMC elevado, mais vitamina D pode ser "armazenada" na gordura corporal, tornando-a menos disponível para o corpo usar. Portanto, mesmo com a exposição adequada ao sol, pessoas com IMC alto podem ainda ter deficiência de vitamina D.

Outros fatores que contribuem para a deficiência de vitamina D incluem a dificuldade de tomar o sol ao meio-dia (quando a capacidade de produzir vitamina D é mais alta), localização geográfica, uso de protetor solar, vestir roupas de proteção e época do ano.

Em outras palavras, a maioria das mulheres não consegue produzir vitamina D suficiente a partir da exposição ao sol. Por isso, um suplemento é geralmente necessário, e é importante verificar a dosagem no seu multivitamínico (se você estiver tomando um), pois muitos não fornecem o suficiente.

A maioria das pessoas supõe que a vitamina D está envolvida apenas no metabolismo do cálcio e na saúde óssea, mas suas funções vão muito além disso. Sabe-se que a vitamina D influencia a fertilidade, a implantação do embrião e todas as fases da gravidez.

Se a deficiência de vitamina D existir na gravidez, há um aumento do risco de complicações graves, incluindo pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, parto prematuro, ter um bebê com baixo peso ao nascer e resultados neurodesenvolvimentais adversos. Manter concentrações suficientes de vitamina D antes da concepção e durante a gravidez é crucial para reduzir esses riscos.

Se você suplementa com vitamina D, esteja ciente de que existem duas formas principais disponíveis: vitamina D3 (colecalciferol) e vitamina D2 (ergocalciferol). A vitamina D3 é mais eficaz para aumentar e manter os níveis de vitamina D no corpo, e é quimicamente idêntica à forma de vitamina D que seu corpo produz a partir da exposição ao sol. Em suma, sempre opte pela vitamina D3.

Como a vitamina D é um nutriente solúvel em gordura, você pode garantir que a absorve bem tomando seu suplemento junto com uma refeição ou lanche que contenha gordura.

No mais, a suplementação de vitamina D juntamente com a vitamina K2 é importante porque essas duas vitaminas trabalham em sinergia no organismo. Costuma ser suplementada de 2.000UI a 4.000UI, com entre 60 a 120mcg de Vitamina K2.

Magnésio

O magnésio é um mineral essencial que ajuda a regular quase todos os sistemas do corpo. Funciona em combinação com o cálcio para relaxar e contrair os músculos.

Por que você precisa de magnésio durante a gravidez: Além de fortalecer os ossos e dentes do bebê, o magnésio estimula a função enzimática, regula a insulina e controla os níveis de açúcar no sangue. Se você tem deficiência de magnésio, pode se sentir cansado e sem força muscular (como se precisasse de mais disso atualmente). Outras consequências graves podem incluir baixo crescimento fetal ou pré-eclâmpsia.

Quanto magnésio você precisa durante a gravidez: 350 a 360 mg por dia para mulheres grávidas com 19 anos ou mais (400 mg para mulheres grávidas com 18 anos ou menos). A maioria dos suplementos prontos não trazem essa dosagem.

As melhores fontes alimentares de magnésio são: algas marinhas, vegetais de folhas verdes, sementes de abóbora, castanha do pará, sementes de girassol, sementes de gergelim, amêndoas, castanha de caju, sementes de chia, abacates, cacau em pó sem açúcar (ou chocolate escuro), caldo de ossos, ostras, ovas de peixe, atum, e ervas verdes, incluindo cebolinha, coentro, salsa, hortelã, endro, sálvia e manjericão.

DHA

O DHA é um dos ácidos graxos ômega-3 encontrados em todo o corpo, principalmente no cérebro e nos olhos.

Por que você precisa de DHA durante a gravidez: O DHA é um ácido graxo ômega-3 essencial para o desenvolvimento visual e mental do feto e do recém-nascido. Por volta da 8ª semana, a estrutura ocular do seu bebê está a tornar-se mais complexa e a retina – a camada de tecido na parte posterior do olho que percebe e processa a luz – começa a formar-se, sendo um excelente momento para aumentar o volume de DHA.

Quanto DHA você precisa durante a gravidez: pelo menos 200 a 300 mg por dia. A maioria dos suplementos prontos não trazem essa dosagem ou não trazem DHA.

Os melhores alimentos ricos em DHA para mulheres grávidas: salmão, atum, ovos, sardinha.

Iodo

O iodo é um oligoelemento encontrado nos alimentos. Desempenha um grande papel no desenvolvimento do cérebro e na criação dos hormônios da tireoide.

Por que você precisa de iodo durante a gravidez: O iodo é um dos minerais mais importantes para o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso do bebê. Também ajuda a manter o funcionamento normal da tireoide, uma glândula na base do pescoço que regula os hormônios que controlam as funções essenciais do corpo, incluindo metabolismo, frequência cardíaca e temperatura corporal.

A deficiência de iodo durante a gravidez é a causa mais evitável de deficiência intelectual no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Quanto iodo você precisa durante a gravidez: 220 a 250 mcg por dia e não mais que 1.100 mcg por dia.

Melhores alimentos ricos em iodo para gestantes: bacalhau assado, iogurte natural, leite, camarão, ovos, atum, sal de cozinha iodado.

Ferro

O ferro é um mineral importante que faz parte da proteína hemoglobina, encontrada nos glóbulos vermelhos e tem a tarefa de transferir oxigênio dos pulmões para os tecidos e devolver o dióxido de carbono dos tecidos de volta aos pulmões. O ferro também desempenha um papel no crescimento, desenvolvimento, funcionamento celular e construção de hormônios e tecido conjuntivo.

Por que você precisa de ferro durante a gravidez: É normal ficar cansado (ou completamente exausta) durante a gravidez, o que pode ser em parte devido ao aumento da demanda por ferro do seu corpo. O mineral também desempenha um papel fundamental, ajudando a transportar oxigênio pelo corpo da mãe e do bebê.

Quanto ferro você precisa durante a gravidez: 27 mg por dia (ou mais, dependendo dos seus níveis de ferro). A maioria dos suplementos prontos não traz dosagem suficiente.

Melhores alimentos ricos em ferro para mulheres grávidas: fígado frango, carne bovina, ovos, espinafre, couve.

Gelatina ou Colágeno

Nas gerações passadas, as pessoas consumiam um espectro completo de aminoácidos comendo animais do nariz ao rabo. Hoje, os tecidos conectivos, ossos e pele ricos em colágeno dos animais não são mais tão consumidos, o que significa que as pessoas estão perdendo esses aminoácidos.

Se você consome regularmente caldo de ossos, carne cozida lentamente, aves com a pele, pururuca ou torresmo, e carne no osso, é mais provável que você obtenha gelatina e colágeno suficientes em sua dieta. Se você não faz isso, ou simplesmente deseja aumentar sua ingestão, suplementos prontos são uma opção conveniente.

A gelatina e o colágeno tecnicamente não são considerados uma proteína completa porque não possuem o aminoácido triptofano; no entanto, pesquisas mostraram que o colágeno pode compor até 36% da ingestão total de proteínas sem perturbar o equilíbrio dos aminoácidos. Na verdade, o colágeno adicional, em ingestões de 15 g por dia, mostrou melhorar o metabolismo dos aminoácidos essenciais.

Durante a gravidez, as necessidades do seu corpo por vários aminoácidos encontrados no colágeno aumentam, incluindo glicina e prolina, tornando a ingestão suficiente de colágeno uma prioridade.

Vitamina A

A vitamina A é um poderoso grupo de vitaminas e antioxidantes solúveis em gordura – que são cruciais para os sistemas imunológico, visual, reprodutivo e celular.

Existem dois tipos de vitaminas A na dieta humana. Os carotenóides da provitamina A são um deles. A outra é a vitamina A pré-formada, ou retinol, encontrada em fontes animais como laticínios, carnes e peixes.

Por que você precisa de vitamina A durante a gravidez: A vitamina A é fundamental em muitos aspectos para o desenvolvimento do seu filho em crescimento. Através do seu papel no crescimento e divisão celular, tem uma grande influência no desenvolvimento das células, ossos, pele e olhos do seu bebê. No entanto, certifique-se de obter a quantidade certa desse supernutriente. Muito pouco tem sido associado ao nascimento prematuro e ao crescimento lento, mas muito através de um suplemento pode ser tóxico.

Quanta vitamina A você precisa durante a gravidez: Durante a gravidez, há um aumento de aproximadamente 10% a 20% na necessidade de vitamina A, sendo a dose recomendada de pelo menos 800 µg/dia.

Os melhores alimentos ricos em vitamina A para mulheres grávidas: fígado, laticínios, carne, peixe, cenoura, batata doce, couve, brócolis, melão, pimentão, abóbora, folhas verdes escuras.

Zinco

O zinco é considerado um mineral essencial porque quantidades muito pequenas dele são necessárias para a saúde humana. Ajuda o sistema imunológico a combater bactérias e vírus invasores, e o corpo precisa dele para produzir proteínas e DNA.

Por que você precisa de zinco durante a gravidez: Obter zinco suficiente durante a gravidez é importante para o crescimento celular e para a criação da composição genética do seu filho. Também mantém você saudável, combatendo doenças caso você fique doente durante a gravidez. Além disso, a ingestão inadequada de zinco está associada a bebês com baixo peso à nascença e a outros problemas no trabalho de parto.

Quanto zinco você precisa durante a gravidez: pelo menos 11 mg por dia (e não mais que 40 mg).

Melhores alimentos ricos em zinco para mulheres grávidas: carne, fígado, ostras, iogurte.

Probióticos

De acordo com a ciência moderna, a saúde do intestino é de onde se origina quase 70% do sistema imune. Os probióticos são microrganismos vivos (lactobacillus) que podem afetar positivamente a saúde. Uma absorção eficaz de nutrientes, vitaminas e minerais de alimentos e suplementos depende de uma boa digestão e uma boa distribuição de bactérias benéficas nos intestinos. 

Por que você precisa de probióticod durante a gravidez: Nas gestantes, os probióticos auxiliam no controle do excesso de peso, diminuem os riscos de parto prematuro, além de diabetes gestacional82 e infecção urinária, que são muito comuns nesta fase da vida da mulher. Durante a gestação, quer seja pelas alterações hormonais ou pelas alterações mecânicas no abdômen, a mulher tende a uma diminuição do funcionamento do intestino, gerando constipação. Também ocorre uma maior retenção de líquidos, o que torna as fezes mais secas, dificultando sua passagem pelo intestino. Daí também a importância de suplementação com probióticos, e boa ingestão de água.

O bebê também se beneficia da ingestão desses microrganismos. Uma colonização bacteriana positiva auxilia em processos alérgicos e no amadurecimento do sistema imune, impedindo uma série de doenças. Uma em cada 5 crianças sofre de dermatite atópica, e algumas revisões sistemáticas de estudos e meta-análise concluíram que os probióticos podem limitar a ocorrência ou sua severidade, produzindo proteção de longa duração.

Importância de apoio profissional

É fundamental contar com apoio o profissional de um nutricionista quando se trata do uso de suplementos. Um bom nutricionista pode orientar sobre a escolha dos suplementos mais adequados às suas necessidades individuais, o tempo de uso, a melhor forma de administração e o horário mais apropriado para tomá-los.

Além disso, é capaz de analisar possíveis interações com outros suplementos e medicamentos, garantindo assim o uso seguro e eficaz desses produtos. Lembre-se, a suplementação deve ser personalizada e adaptada às necessidades específicas de cada indivíduo.