Os primeiros 1.100 dias

A pesquisa epigenética cada vez mais tem identificado influências de alterações nas expressões de genes paternos e maternos e aumento do risco de desenvolvimento de várias doenças nos filhos, como câncer de variados tipos, síndromes genéticas e outros males.

Assim, as intervenções nutricionais poderiam modular a expressão dos genes associados ao desenvolvimento destas doenças. Portanto, a nutrição ocupa um lugar de destaque na prevenção de doenças, reconhecida pelo mundo científico, ou seja, é na alimentação saudável que está o segredo para a prevenção destas doenças.

Por isso a importância de antes mesmo da concepção, ou seja, antes da mãe engravidar, os pais estarem bem nutridos e com estilos de vida saudáveis, ao menos três meses (sendo o ideal seis meses) antes para resultar em uma gestação saudável. A mulher que já está gestante deve ter acompanhamento nutricional personalizado para favorecer a nutrição fetal, e ao bebê que já nasceu oferecer uma alimentação saudável e nunca introduzir produtos alimentícios processados e ultraprocessados na sua alimentação, pelo menos até os dois anos de idade.

Esse intervalo de tempo compreendido entre os 90 dias (uma média de três meses antes da concepção), aliado ao tempo de gestação (uma média de 280 dias), até o bebê completar 2 anos (média de 730 dias), equivale aos primeiros 1.100 dias de vida, que representa a fase de maior vulnerabilidade do ser humano.

Nesse período ocorre o desenvolvimento dos sistemas nervoso e imunológico, assim como a formação de bons hábitos alimentares, que aumentarão as chances do bebê se tornar um adulto saudável. A nutrição nesse período, associada aos estímulos adequados para cada fase da criança, é fundamental para o alcance do pleno potencial infantil de crescimento, desenvolvimento e saúde.

O mais importante nessa fase é promover o crescimento e desenvolvimento adequados sem efeitos negativos na alimentação e desenvolver bons hábitos alimentares para, consequentemente, a criança esbanjar SAÚDE!