A partir da introdução, o leite materno ou fórmula continua seguindo a função de hidratar o bebê, mas ele passa agora a ter outras opções para complementar e variar a sua hidratação.
Para as bebidas a seguir, é importante ter cuidado para que não acabem tomando o espaço do leite materno, que além de hidratar também oferece nutrientes importantes ao bebê.
Além disso, conforme o bebê cresce e começa a comer mais comida, é natural que consuma mais dessas bebidas e menos leite.
Água
A água pode ser oferecida ao mesmo tempo que os sólidos são introduzidos. Isso porque quando os sólidos se tornam uma parte maior da dieta, pode ser necessário mais líquido para hidratação e digestão.
Ofereça água aos poucos e não se estresse caso o bebê não pegue de primeira, porque o leite materno ou fórmula também tem a função de hidratar o bebê. É normal que não tomem muito no início, só não deixe de oferecer.
Quanto mais eles têm contato, maiores são as chances de consumir. Uma ideia é oferecer a água no intervalo entre as refeições e mamadas, mas não é proibido oferecer durante a refeição.
Quantidade ideal
Sobre a quantidade de água ideal, na verdade essa resposta pronta não existe. Os bebês possuem uma necessidade de líquidos, e nisso está somado o líquido do leite (materno e fórmula), o líquido dos próprios alimentos e da água ofertada.
Para mensurar se água está suficiente, observe o xixi do seu bebê. Ele precisa ser claro e sem cheiro forte e as fezes não podem estar ressecadas.
Evite oferecer água na mamadeira
Beber água de uma mamadeira pode levar ao consumo excessivo de água, e não contribui para o desenvolvimento das habilidades motoras orais do bebê.
A mamadeira, afinal, não é uma habilidade necessária para a vida toda, então é essencial que os bebês aprendam a beber água de um copo desde cedo.
Ofereça quando você for beber
Uma estratégia interessante é oferecer água ao bebê sempre que você for beber também. Fazer isso não só cria um exemplo a ser seguido, mas também integra a ação de beber água à rotina diária de maneira natural. Quando o bebê vê os pais bebendo água, ele tende a imitar esse comportamento, o que facilita o aprendizado e a aceitação do novo hábito. Além disso, beber água junto com o bebê pode tornar a experiência mais agradável e menos intimidante para ele, reforçando positivamente a prática de beber água de um copo.
Sugiro também que você tome água com seu filho no colo, pois eles tendem a querer imitar os pais e isso irá despertar nele o interesse em beber água.
Prefira água natural filtrada
A única água recomendada aos bebês é a água natural filtrada.
Não é necessário ferver se a água for filtrada e potável.
Durante uma situação em que não haja água natural filtrada disponível para uso, é possível a utilização de água engarrafada, porém não é recomendado para o dia a dia.
Não é interessante oferecer água de garrafas plásticas porque essas garrafas podem conter substâncias químicas nocivas, como o bisfenol A (BPA) e os ftalatos, que podem se desprender do plástico e contaminar a água. A exposição a essas substâncias pode interferir no desenvolvimento hormonal do bebê e causar problemas de saúde a longo prazo.
Além disso, a água em garrafas plásticas pode não ser tão pura quanto a filtrada em casa, podendo conter contaminantes ou não estar armazenada em condições ideais, o que representa um risco adicional para a saúde delicada dos bebês.
Não ofereça água com gás
Não se deve oferecer água com gás ao bebês menores de 2 anos, pois pode causar regurgitação, arrotos, dores abdominais e desconforto. Além disso, a água com gás pode causar a redução do apetite, o que não é nem um pouco desejado para bebês.
Caldo de carne
O caldo de carne é extremamente nutritivo e é usado para ajudar na cura e reparação do revestimento intestinal. Para um caldo de carne, você pode usar a seguinte proporção: ~80% de Carne + ~20% de Ossos.
O caldo de carne oferece uma série de benefícios para os bebês, incluindo a promoção de um trato digestivo saudável, fortalecimento do sistema imunológico e suporte ao desenvolvimento ósseo e articular. Além disso, ele é uma boa fonte de gelatina, que ajuda a proteger e curar a mucosa intestinal, e de aminoácidos, que são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento geral.
Para introduzir o caldo de carne na dieta do bebê, é importante certificar-se de que ele esteja bem coado e sem pedaços de ossos. O caldo pode ser oferecido puro ou misturado com outros alimentos, como vegetais cozidos, para enriquecer as refeições do bebê com nutrientes essenciais.
Caldo de ossos
O caldo de ossos é feito cozinhando ossos de carne em água por um longo período de tempo, o que extrai os nutrientes e minerais dos ossos, como cálcio, magnésio e colágeno. Ele é uma excelente fonte de nutrientes para bebês, pois ajuda na saúde óssea, digestão e imunológico.
Para o caldo de ossos, você pode usar a seguinte proporção: ~80% de Ossos + ~20% de Carne.
Para oferecer caldo de ossos ao bebê, certifique-se de que esteja bem cozido e livre de ossos pequenos ou pontiagudos que possam criar um risco de engasgo.
Formas de oferecer o caldo de ossos:
- Puro, como bebida (não deve substituir uma refeição)
- Misturado com outros alimentos
- Usado como base para sopas e purês
Água de coco
A água de coco é naturalmente refrescante e hidratante, rica em eletrólitos como potássio, magnésio e cálcio. A água de coco segue a mesma recomendação da introdução de sucos naturais na alimentação infantil, ou seja, não deve ser oferecida no primeiro ano de vida, mas ainda assim é importante oferecer com moderação e sempre em sua forma mais natural, sem adição de açúcares ou conservantes.
Outro cuidado com a água de coco é que seu sabor doce pode fazer com que seu bebê prefira a água de coco em vez da água comum. Por isso, vale intercalar a água de coco com água comum e oferecer a água de coco em pequenas quantidades e de forma esporádica.
Leite de coco
O leite de coco oferece gordura, além de magnésio, potássio, selênio e várias vitaminas B. Esses nutrientes trabalham juntos para fornecer muita energia para estimular o crescimento e o desenvolvimento. Eles também apoiam a função digestiva, o equilíbrio eletrolítico, a função hormonal, a imunidade e inúmeros processos metabólicos.
Pode ser usado como ingrediente em alimentos sólidos assim que o bebê estiver pronto para sólidos, aos 6 meses de idade. Adie o leite de coco como bebida até depois dos 12 meses de idade, pois o leite materno ou fórmula são as principais bebidas no primeiro ano de vida.
Chás
É preciso extrema cautela ao oferecer chás para o bebê. Algumas ervas são consideradas seguras em pequenas quantidades e podem ser introduzidas, mas é essencial garantir que não tenham cafeína e não interfiram na aceitação de água e leite materno ou fórmula.
Os chás podem ser usados com fins terapêuticos, por exemplo para aliviar uma gripe ou dor de garganta, e não com o objetivo de hidratar seu bebê.
Prepare uma infusão e sirva em temperatura morna em um copinho de boca aberta, preferencialmente de vidro ou inox. Se for utilizar um copo de plástico, certifique-se de que é livre de BPA.
Opções seguras para bebês:
- Hortelã
- Camomila
- Erva-doce
- Melissa
- Cidreira
Se atente a alguns pontos como oferecer em pouca quantidade, oferecer pontualmente, cuidar da procedência das ervas, rotacionar as ervas e lembrar que o consumo não substitui água e não é uma refeição completa. Também não ofereça com adoçantes, mel ou açúcar.
No módulo de Alimentos não recomendados falo mais sobre os riscos e os chás não indicados.