Riscos aumentados
Crianças menores de cinco anos correm maior risco de doenças transmitidas por alimentos e complicações de saúde porque seus sistemas imunológicos ainda estão em desenvolvimento, por isso não conseguem combater infecções tão bem quanto adultos. Além disso, crianças pequenas produzem menos ácido estomacal que mata bactérias nocivas, tornando mais fácil para elas ficarem doentes.
Doenças transmitidas por alimentos (também chamadas de intoxicação alimentar) podem ser particularmente perigosas para os pequenos porque frequentemente causam vômitos ou diarreia ou ambos. Como os corpos deles são pequenos, podem perder rapidamente muito fluido corporal e acabarem com desidratação grave.
A segurança alimentar para crianças pequenas depende dos comportamentos de segurança alimentar de seus pais e cuidadores, por isso cuidados extras devem ser tomados ao manusear e preparar seus alimentos.
Lavagem das mãos
Lavar as mãos, utensílios e superfícies com frequência é uma das ações mais importantes que os pais podem tomar para prevenir doenças transmitidas por alimentos em seus filhos.
Suas mãos podem acumular bactérias e transmiti-las ao seu bebê, por exemplo:
- Fraldas contendo fezes e urina
- Ter usado o banheiro
- Carne crua, aves, frutos do mar e ovos
- Animais de estimação e seus dejetos
- Contato com o celular e outros eletrônicos que acumulam sujeira, germes e bactérias etc.
Por isso lave as mãos antes e depois de manusear comida para ajudar a prevenir doenças transmitidas por alimentos. A melhor prática é lavar as mãos por pelo menos 20 segundos, enxaguar e secar bem, de preferência com papel toalha.
Seque com papel toalha
Não é recomendado secar as mãos em panos de prato ou toalhas de mãos antes de manipular comida porque esses itens podem acumular germes e bactérias. Panos de prato são utilizados para diversas finalidades, como limpar superfícies e secar utensílios, o que pode levar à contaminação cruzada.
A umidade presente nas toalhas também cria um ambiente propício para o crescimento de bactérias. Utilizar papel toalha descartável é uma prática mais higiênica, pois ele pode ser descartado após cada uso, reduzindo significativamente o risco de contaminação dos alimentos.
Higienização
Embora lavar os alimentos com água possa remover parte da sujeira e alguns contaminantes superficiais, não é suficiente para eliminar todas as bactérias e microrganismos nocivos.
Todos os vegetais, inclusive os orgânicos, devem ser higienizados antes do consumo com desinfetantes próprios para alimentos. O uso dessa solução é segura para o bebê se utilizada respeitando a diluição correta, recomendada pelo fabricante do produto.
Carnes nunca devem ser lavadas
Lavar carne crua pode espalhar bactérias nocivas em sua pia, utensílios de cozinha e superfícies próximas, aumentando o risco de contaminação cruzada.
A água não é eficaz para eliminar essas bactérias, e a única maneira segura de matar microrganismos perigosos é cozinhando a carne em temperaturas adequadas.
Cuidados com ovos
Ovos rachados nunca devem ser usados, especialmente para bebês. As rachaduras na casca dos ovos permitem que bactérias entrem e contaminem o ovo. Isso pode representar um risco significativo de doenças alimentares. Mesmo para adultos, o consumo de ovos rachados é desaconselhado. Para garantir a segurança alimentar, sempre descarte ovos rachados e utilize apenas ovos com cascas intactas.
Também não é recomendado lavar os ovos antes de guardá-los na geladeira porque a casca dos ovos tem uma camada protetora natural chamada cutícula, que ajuda a impedir a entrada de bactérias. Lavar os ovos pode remover essa camada protetora, aumentando o risco de contaminação bacteriana. Além disso, a água pode empurrar as bactérias presentes na superfície da casca para dentro do ovo através dos poros.
Por outro lado, os ovos podem ser lavados imediatamente antes do uso. Isso pode ajudar a remover qualquer sujeira ou bactérias da superfície da casca, desde que sejam lavados e utilizados logo em seguida.
Evite contaminação cruzada
Isso é especialmente comum ao manusear carne crua, aves, frutos do mar e ovos. A chave é mantê-los longe de vegetais e frutas que serão consumidos crus e quaisquer outros alimentos prontos para consumo.
Para evitar contaminação cruzada separe carnes cruas, aves, frutos do mar e ovos de outros alimentos na geladeira. Coloque carne crua, aves e frutos do mar na prateleira mais baixa do geladeira para que seus sucos não pingem em outros alimentos. Nunca coloque alimentos cozidos em um prato ou tábua de cortar que anteriormente continha carne crua, aves, frutos do mar ou ovos sem primeiro lavar o prato ou tábua com água e sabão.
Considere usar uma tábua de corte apenas para alimentos crus e outra apenas para alimentos prontos para consumo, como por exemplo vegetais e carne cozida.
Alimentos mais arriscados
Os alimentos com maior probabilidade de conter bactérias ou vírus nocivos são:
- Frutas e vegetais frescos não cozidos. 🥦
- Alguns produtos de origem animal 🍖
- Como leite não pasteurizado (cru); queijos de pasta mole elaborados com leite cru; ovos crus ou mal cozidos, carne crua, aves cruas, peixe cru, marisco cru.
O risco que estes alimentos representam depende da origem ou fonte do alimento e de como o alimento é processado, armazenado e preparado.
Congelamento
A maioria de nós não tem tempo para preparar somente refeições frescas para o bebê a cada refeição, e é aí que a ideia de comida congelada para bebês pode ser uma mão na roda. Congelar a comida do bebê permite que você prepare refeições em maior quantidade e as armazene para uso futuro, facilitando a rotina diária, especialmente em dias de correria. Ter opções congeladas sempre à mão no freezer pode ser um grande alívio e garantir que seu bebê tenha uma alimentação saudável e nutritiva mesmo quando o tempo estiver apertado.
O processo de congelamento em si não destrói nutrientes. Em produtos de carne e aves, há pouca mudança no valor nutricional durante o armazenamento no congelador.
Cuidados ao congelar
Para garantir a qualidade e a segurança da comida congelada para bebês, o congelamento deve ser feito assim que a comida preparada tenha esfriado (não deixe um alimento pronto mais que 2 horas exposto em temperatura ambiente).
A comida congelada para bebês tem a melhor qualidade e retém seu maior valor nutricional nos primeiros 1 a 3 meses de armazenamento. Portanto, é recomendado que a comida para bebês seja consumida dentro dos primeiros três meses de armazenamento no congelador.
Dessa forma, você assegura que seu bebê está recebendo refeições frescas e nutritivas mesmo quando não é possível prepará-las na hora. Além disso, congelar a comida do bebê em pequenas porções pode minimizar o desperdício, pois você só precisa descongelar a quantidade necessária para cada refeição.
Materiais para o congelador
Potes de vidro não são ideais para o congelamento de comida do bebê devido ao risco de estourarem ou causarem pequenas fraturas no vidro quando congelados. Isso pode deixar cacos microscópicos que são invisíveis a olho nu, representando um perigo significativo para a saúde do bebê. Portanto, é mais seguro optar por recipientes de plástico ou silicone que sejam livres de BPA e, de preferência, que contenham tampas. Esses materiais são mais flexíveis e menos propensos a quebrar quando sujeitos às temperaturas extremas do congelador.
Depois que os cubos de comida estiverem congelados, coloque-os em um saco plástico para freezer ou recipiente hermético e coloque a data. Armazene por até três meses (descarte os alimentos não utilizados após três meses). Como opção, potes pequenos também podem ser usados para congelar.
Se você estiver considerando o uso de recipientes de vidro, é fundamental certificar-se de que sejam produtos seguros para freezer (alguns trazem essa informação) e que você congele apenas depois que esfriem completamente na geladeira.
Seja usando recipientes de plástico, silicone ou vidro, é importante não encher o pote até a borda. Deixar algum espaço livre ajuda a diminuir o risco de expansão e rachaduras, pois os alimentos tendem a aumentar de volume quando congelados. Este cuidado simples pode evitar danos aos recipientes e garantir a segurança dos alimentos armazenados.
Vedação adequada
Algumas pessoas optam por usar formas de gelo para congelar pequenas porções de comida, mas isso pode não ser ideal. Mesmo que você cubra as formas com plástico filme de cozinha, elas podem não ficar bem vedadas.
A falta de vedação adequada pode levar à contaminação cruzada e à queima pelo frio, o que compromete a qualidade e a segurança dos alimentos. Alimentos destampados ou mal vedados no freezer podem absorver odores indesejados e se expor a bactérias, colocando a saúde do bebê em risco. Portanto, é mais adequado utilizar recipientes com tampas bem ajustadas para garantir a segurança alimentar.
Validade e rotulação
Sobre o congelamento ou comida que vai do preparo para a geladeira, uma dica útil é colocar uma etiqueta com a data do armazenamento em cada recipiente.
Isso ajuda a monitorar o tempo que a comida está armazenada e a garantir que o bebê esteja sempre consumindo alimentos frescos. É importante colocar na etiqueta, além da data, o que é o alimento congelado ou qual combinação de alimentos está congelada.
Descongelamento
Quando você está descongelando comida para bebê, a aposta mais segura é deixá-la descongelar na geladeira por algumas horas ou durante a noite. Isso garante que a comida descongele de forma lenta, mantendo a qualidade e evitando o crescimento de bactérias.
Deixar a comida do bebê descongelando em temperatura ambiente pode causar crescimento bacteriano, o que queremos evitar a todo custo.
Congelar rápido, descongelar devagar
Uma regrinha para não esquecer como deve ser o congelamento e o descongelamento é pensar que o congelamento deve ser rápido e o descongelamento deve ser lento. Assim que você prepara a comida do bebê e ela tiver esfriado (não deixe um alimento pronto mais que 2 horas exposto em temperatura ambiente), é importante congelá-la imediatamente para preservar os nutrientes e evitar a proliferação de bactérias.
Já o descongelamento deve ser feito de maneira gradual, preferencialmente dentro da geladeira, para garantir que a comida permaneça segura para o consumo. Também é importante usar os alimentos dentro de 24 horas após terem sido completamente descongelados.
Descongelando rápido
Por mais que o ideal seja descongelar sem pressa, no dia a dia pode acontecer de você esquecer de descongelar a comida. Se você não puder esperar, é possível fazer isso no micro-ondas ou em banho-maria.
Apenas certifique-se de mexer bem a comida para garantir que está uniformemente aquecida e verifique a temperatura antes de servir ao seu bebê. Essas alternativas são seguras quando feitas corretamente.
Sobras
Para evitar desperdício de comida, tire apenas a quantidade de comida que você acha que seu bebê comerá. Você sempre pode oferecer mais se ele ainda estiver com fome.
Jogue fora quaisquer porções de alimentos que tenham sido preparados anteriormente e que tenham sido consumidos pela metade – nunca os guarde, armazene ou reaqueça novamente.
Recongelamento
O recongelamento da comida do bebê não é indicado porque pode comprometer a qualidade e a segurança dos alimentos. Cada vez que a comida é descongelada, existe a possibilidade de crescimento bacteriano, especialmente se não for descongelada adequadamente. Recongelar a comida pode aumentar o risco de contaminação e a proliferação de bactérias nocivas.
Além disso, o processo de descongelamento e recongelamento repetido pode afetar a textura e o valor nutricional dos alimentos, tornando-os menos apetitosos e menos nutritivos para o bebê.
Organização da geladeira
Quanto mais próximo do congelador, menor a temperatura. Portanto, frios como queijo, requeijão, embutidos e carnes devem ser armazenados nas prateleiras superiores.
Quanto mais distante do congelador, a temperatura é ligeiramente mais elevada. Nas prateleiras inferiores e gavetas, devem ser armazenados alimentos que não podem sofrer variações térmicas, como frutas, verduras e legumes.
Embora muitas geladeiras ainda possuam o compartimento de ovos na porta, não é recomendável guardá-los ali. O constante abrir e fechar da porta reduz a temperatura dessa área, diminuindo a validade dos ovos e podendo até trincar a casca.
Comida para levar
Se você levar comida pro bebê quando sair de casa, é uma boa ideia usar uma bolsa térmica com alguns saquinhos de gelo (existem bolsas de gelos em gel próprias para isso), para mantê-la gelada até a hora de ofertar a comida.
Essa comida deve ser consumida o mais rápido possível e quaisquer sobras devem ser jogadas fora. Itens perecíveis (leite, fórmula ou alimentos) deixados fora da geladeira ou sem fonte de frio por mais de 2 horas não devem ser utilizados. As temperaturas frias impedem a multiplicação da maioria das bactérias nocivas.
Tempos de armazenamento
- Comida caseira e fresca do bebê na geladeira 🍲
- Comida descongelada na geladeira 🍲
- Comida caseira do bebê no freezer ❄️
- Comida caseira que o bebê tocou com as mãos ou colher e sobrou 🗑️
Consumir em 48 horas, sendo melhor se consumido em 24h.
Consumir em 24h.
Consumir em até 3 meses.
Descartar.