Recusa
Se seu bebê não está comendo, ele está tentando comunicar algo.
Para alguns bebês, eles podem simplesmente não ter interesse, habilidade ou desejo de comer naquele momento. Para outros, pode ser mais complicado devido ao seu histórico (refluxo, engasgo ruim, associações negativas com a cadeira etc). A coisa mais importante que você pode fazer é trazer confiança e calma para a mesa e acreditar que o bebê pode aprender as habilidades para comer. Tenha calma e não desista.
Muitas vezes, bebês podem recusar novos alimentos. Isso pode ser devido à estranheza com novas texturas ou sabores e é perfeitamente normal. Tudo é uma novidade para o seu bebê, por isso entenda que é um processo gradual e que haverão recusas até ele se acostumar. Persista oferecendo os alimentos sem pressionar o bebê.
Quando o bebê estiver recusando a comida, você pode:
- Elimine distrações 📺
- Escolha o horário certo 🕛
- Troque o local 📍
- Mude a apresentação 🍲
- Ofereça no colo 🤱
- Refeições em família 👨👩👧
Fazer da comida o foco da hora da refeição. Desligue a TV, remova brinquedos e livros e ajude seu pequeno a se concentrar em uma coisa: Comer.
Mudar o horário da oferta, garantindo que vai estar em um horário que o bebê está desperto e que não esteja nem com muita, nem com pouca fome.
Mudar o local onde o bebê come.
Mudar a forma de apresentação ou preparo do alimento.
Oferecer a refeição no seu colo, para deixar o bebê mais confortável.
Fazer da hora das refeições um momento em família. Tente fazer as refeições em família, para que seu bebê seja encorajado a modelar seus hábitos. A melhor maneira de seu filho aprender a comer e aproveitar novos alimentos é copiá-lo.
Bebê coloca a língua para fora
Se seu bebê coloca a língua para fora ao receber comida e está empurrando a comida de volta — então ele ainda não superou totalmente o reflexo de protrusão da língua. Esse reflexo, com o qual todos os bebês nascem, faz com empurrem as coisas para fora da boca para evitar engasgos.
Uma maneira de o ajudar é diluindo a consistência do que você estiver servindo com leite materno, fórmula ou água pura. Então tente oferecer ao bebê um pouco dessa comida diluída em uma colher ou mesmo na pontinha do seu dedo. Se a língua continuar a empurrar a comida, mesmo depois de várias tentativas, isso pode significar que o bebê não está totalmente pronto para começar a comer alimentos sólidos.
A boa notícia é que esse reflexo tende a desaparecer logo mais, então espere mais alguns dias e tente novamente.
Seletividade alimentar
A seletividade alimentar, também conhecida como picky eating, é uma condição que precisa de atenção, pois pode gerar déficits ou carências nutricionais, além de atraso no crescimento ou desenvolvimento.
O bebê ou criança com seletividade alimentar costuma escolher os mesmos alimentos, ter aversão sensorial a certos sabores, texturas ou cores, assim como pouco apetite e interesse em comer.
Para evitar e trabalhar na seletividade alimentar, pode ser interessante trabalhar na maneira de oferecer alimentos. A oferta deve ser variada, como alternar entre dar comida na boca ou deixar comer sozinho.
É interessante pensar em estratégias para, aos poucos, introduzir uma alimentação mais saudável e variada. Por exemplo: se o bebê só aceita um determinado alimento, como batata, oferecer outros tipos de batatas ou alimentos semelhantes. Da mesma forma, no caso de texturas. Se o bebê só come purê de mandioquinha, você pode considerar comer outros tipos de purês feitos com alimentos com outro perfil nutricional.
Mas diante de seletividade alimentar que não melhora, é fundamental procurar ajuda profissional.
Bagunça e sujeira
Você precisa dar ao seu bebê a oportunidade de brincar e interagir com a comida, e a realidade é que esse é um processo sujo. Eles vão esmagá-la, limpá-la em coisas, colocá-la no cabelo, no chão e fazer todo tipo de coisa com ela. É importante lembrar que isso não é apenas normal, é necessário. Tentar evitar a bagunça só tornará mais difícil introduzir sólidos ao seu bebê e fazê-lo comer.
Algumas dicas podem ajudar a tornar as coisas menos caóticas:
- Cubra o chão com tapetes impermeáveis ou tapetes para introdução alimentar.
- Use água morna para lavar as mãos, braços, pés e pernas após cada refeição.
- Cubra o bebê com babador de manga longa impermeável.
- Evite cadeirinhas que tenham muitos detalhes, pois podem ser mais difíceis de higienizar.
- Deixe à mão itens de limpeza para não ter que ficar procurando na lavanderia. Separe os produtos que mais utiliza para limpeza de superfícies e deixe-os em um local próximo ao de onde o bebê costuma se alimentar.
A bagunça faz parte do processo de aprendizagem
Uma maneira de minimizar um pouco a bagunça é alternar entre oferecer papinhas/purês na colher (especialmente em momentos em que você estiver muito cansado e sentir que está sem disposição e paciência para sujeira e bagunça) e momentos de permitir que o bebê explore a comida com as mãos (faça isso quando você está com mais tempo livre e se sentindo relaxado).
É importante que os pais evitem limpar o bebê durante a refeição, pois isso pode deixá-lo extremamente estressado. Quando o bebê está concentrado em comer e, ao mesmo tempo, sente a necessidade de estar limpo, isso pode criar uma associação negativa com a hora da refeição. Além disso, a interrupção constante para limpar pode distrair o bebê e dificultar o desenvolvimento de suas habilidades motoras e de autoalimentação.
Constipação
Constipação é quando as fezes ficam duras ou evacuar é difícil. Ao contrário da crença popular, seu bebê não precisa evacuar diariamente. A frequência é importante, sim, mas ainda mais importante é se o bebê consegue evacuar facilmente.
Ao começar a recentemente dar comida sólida para seu bebê, vocês vai notar uma mudança no intestino dele – tudo, desde a cor até a consistência e frequência, pode mudar.
Isso acontece porque seu sistema digestivo está se adaptando à digestão de alimentos sólidos, que é mais complexa e lenta do que a do leite. É importante lembrar que essas alterações são geralmente transitórias e fazem parte do processo de adaptação do bebê aos novos alimentos.
Observe que com o início da introdução alimentar, o intestino pode ficar mais lento, mas isso não caracteriza constipação. Estar constipado significa precisar evacuar e não conseguir. O bebê nesses casos sofre, chora e sente dor quando finalmente evacua e as fezes saem duras e com ranhuras (secas).
Algumas das melhores formas de lidar com a constipação de bebês incluem:
- Massagem ✋🏻
- Banho quente 🔥
- Oferecer água 💧
- Oferecer gorduras 🧈
- Ofertar frutas que podem aliviar constipação 🥑🥝
Realizar uma massagem suave na barriga do bebê pode ajudar a estimular os movimentos intestinais. Para isso, coloque o bebê deitado de costas e use a ponta dos dedos para fazer movimentos circulares no sentido horário ao redor do umbigo. Isso pode ajudar a aliviar o desconforto e promover a evacuação.
Dar um banho quente ao bebê pode relaxar os músculos abdominais e ajudar a aliviar a constipação. A imersão em água morna pode incentivar os movimentos intestinais, proporcionando alívio.
Oferecer pequenas quantidades de água ao bebê, especialmente se ele já come alimentos sólidos, pode ajudar a amolecer as fezes e facilitar a evacuação. A água ajuda a manter o sistema digestivo funcionando corretamente.
A gordura ajuda a lubrificar o trato intestinal, facilitando a passagem das fezes. Além disso, essas gorduras fornecem nutrientes essenciais para o desenvolvimento do bebê. Alimentos como manteiga, sebo, banha, azeite, óleo de coco são boas opções.
Algumas frutas podem ajudar a aliviar a constipação e podem ser ofertadas ao bebê devido às suas propriedades naturais que facilitam o trânsito intestinal. Por exemplo o mamão que é rico em fibras e contém uma enzima chamada papaína, que ajuda na digestão e no movimento do intestino. Além disso, o alto teor de água do mamão também contribui para amolecer as fezes, facilitando a evacuação.
O abacate também é uma excelente fonte de gorduras saudáveis e fibras que pode ajudar na constipação. Temos também o kiwi que contém uma enzima chamada actinidina, que ajuda na digestão e pode melhorar a eficiência do sistema digestivo. Outro benefício do kiwi é seu alto teor de água, que contribui para a hidratação das fezes, tornando-as mais macias e fáceis de evacuar. Oferecer essas frutas ao bebê pode ser uma maneira natural e eficaz de promover a regularidade intestinal e aliviar a constipação.
Além dos alimentos citados acima, outros que podem ajudar com a constipação são: uva, laranja, maçã com casca, figo, manga, pêra com casca, gema de ovo e iogurte.
Diarreia
Seu bebê pode ter diarreia se você observar alterações nas fezes, como evacuações mais frequentes de repente e fezes muito aquosas.
Muitas coisas podem causar o problema, sendo que as mais comuns são em virtude de uma infecção por vírus, bactéria ou parasita, alergia ao leite e intolerância ao leite (são duas coisas diferentes, mas ambas podem às vezes causar diarreia em bebês), sensibilidade a medicamentos, uma mudança na dieta dieta da mãe, caso ela esteja amamentando e uso de antibióticos pelo bebê ou pela mãe se estiver amamentando.
A diarreia é relativamente comum à medida que o sistema digestivo do bebê se adapta a novos alimentos.
Se seu bebê tiver um episódio particularmente ruim de diarreia, fique atento a efeitos colaterais sérios, como desidratação. Isso às vezes pode acontecer com bebês porque eles são muito pequenos. A desidratação é especialmente um risco se seu bebê tiver diarreia e também estiver vomitando ou com febre.
Na maioria dos casos, a diarreia do bebê melhora sozinha e seu bebê não precisará de tratamento médico. Aqui está o que você pode fazer em casa quando seu pequeno tiver diarreia:
- Continue amamentando seu bebê se estiver amamentando. A amamentação ajuda a prevenir diarreia, e seu bebê se recuperará mais rápido.
- Troque a fralda do seu bebê com frequência. Tente mantê-lo o mais seco possível para ajudar a prevenir assaduras.
- Dê ao bebê pedaços de alimentos que podem ajudar a aliviar a diarreia, tais como banana maçã, banana prata, goiaba, melão, batata inglesa, mandioquinha, mandioca, cará, chuchu, cenoura cozida, beterraba cozida, carne bovina, suína, frango, peixe, ovos cozidos.
Procure atendimento médico se seu bebê tiver quaisquer sinais ou sintomas de desidratação por diarreia como: boca seca, pele seca, recusando-se a alimentar, alimentando apenas um pouco mais irritado do que o normal, chorando sem derramar lágrimas, choro fraco, olhos fundos sonolência, não acorda facilmente e fralda seca por 8 a 12 horas.
Bebê doente
Durante períodos de doença, especialmente se há febre, diarreia ou vômito, o apetite do bebê pode diminuir significativamente. Isso pode afetar sua aceitação de novos alimentos e sua capacidade de se alimentar como de costume, mas é importante estimular o bebê doente a se alimentar. Você não deve restringir a alimentação porque seu bebê está doente.
É claro que a perda da fome é um fator limitante, mas isso pode ser minimizado oferecendo, com frequência, alimentos ricos em calorias e numa consistência que facilite a sua deglutição e que não irrite as mucosas (como alimentos muito ácidos).
Pode ser ainda uma boa ideia oferecer um volume menor de alimentos por refeição e aumentar a frequência de oferta de refeições ao dia. Além disso, para que o bebê doente alimente-se melhor, é importante sentar-se ao lado dele na hora da refeição.
Ainda, procure manter a amamentação enquanto seu bebê estiver doente, já que seu leite é um remédio poderoso que pode ajudar seu pequeno a se recuperar mais rapidamente. Quando seu bebê está doente, seu leite pode inclusive mudar sua composição em resposta à saliva do bebê, fornecendo ainda mais compostos benéficos que os bebês precisam para melhorar. Se não amamentar com leite materno, continue oferecendo a fórmula ao bebê, pois também lhe ajudará.
O leite ou fórmula mantém o seu bebé hidratado e é muitas vezes a única coisa que os bebês conseguem ingerir quando estão vomitando ou doentes.
Após um episódio de doença o bebê costuma apresentar um apetite acima do habitual, justamente para recuperar o seu estado nutricional. Nesse período, é recomendável caprichar em alimentos mais calóricos e proteínas. A proteína adicional deve ser de alto valor biológico (carne, laticínios e ovos), o que também favorece o aporte nutricional de ferro, zinco e algumas vitaminas.
Dentição
Quando seu filho passa pela desconfortável fase da dentição a partir dos seis meses, o desconforto nas gengivas pode o fazer rejeitar alimentos sólidos.
Alguns bebês podem comer menos ou se afastar mais da comida se acharem muito desconfortável ou doloroso comer - especialmente qualquer coisa difícil de mastigar. Quando suas gengivas estão sensíveis, é compreensível que eles não queiram tentar pressioná-las contra a comida ou ter utensílios duros na boca.
Nesse caso, continue amamentando ou oferecendo a fórmula, pois ele provavelmente tolerará melhor do que alimentos sólidos. Além disso, ofereça a comida bem macia, como por exemplo ovos mexidos, medula, iogurte, melão bem maduro, frutas amassadas e papinha/purê.
Comida fria também pode ser interessante já que alimentos gelados podem anestesiar temporariamente a dor, ao mesmo tempo em que dão ao bebê algo nutritivo para comer. Boas opções seriam frutas geladas (ex: melão, melancia), iogurte, papinhas/purês de frutas, sorvete de frutas e picolé de leite materno ou fórmula. A água gelada também pode ajudar.
Procure também oferecer alguns mordedores que podem ser resfriados na geladeira, pois também podem ajudar a acalmar as gengivas do seu bebê.
Linha do tempo dos dentes do bebê
A dentição geralmente começa por volta dos 6 meses de idade. Embora seja completamente normal que a dentição comece a qualquer momento entre 3 e 12 meses de idade.
Quando eles têm 3 anos de idade, a maioria dos bebês terá todos os dentes de leite, 20 no total.
