Opções não indicadas

Durante a introdução alimentar, alguns alimentos e bebidas não são recomendados devido ao risco de alergias, dificuldades digestivas, segurança alimentar, por não serem nutritivas ou contribuirem para o desenvolvimento saudável do bebê.

Alimentos

Alimentos duros e pequenos

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Bebês não devem consumir alimentos duros e pequenos devido ao alto risco de asfixia. O sistema de mastigação e deglutição dos bebês ainda está em desenvolvimento, o que os torna particularmente vulneráveis a engasgos com alimentos que podem facilmente obstruir suas vias respiratórias ou ficarem presos na garganta.

Além disso, a coordenação motora fina dos bebês está em desenvolvimento, dificultando a manipulação segura desses tipos de alimentos.

  • Exemplos de alimentos duros 🍎
    • Queijo desidratado
    • Carnes duras ou mal cozidas
    • Cenoura crua
    • Cenoura baby
    • Maçã crua
    • Torresmo
    • Jerky
  • Exemplos de alimentos pequenos 🥜
    • Oleaginosas não trituradas
    • Amendoim (leguminosa)
      • Esses alimentos quando inteiros apresentam riscos de asfixia.
      • Em vez disso, opte por pastas, até mesmo diluídas com água, leite materno, fórmula ou iogurte natural ou ofereça esses alimentos em apresentação triturada.
    • Uvas inteiras
    • Pipoca
      • Devido à natureza dos grãos não estourados ou parcialmente estourados, a pipoca é um potencial asfixia perigoso e entre as causas mais comuns de riscos fatais de asfixia em crianças menores de 3 anos. Não oferecer de nenhuma forma.
    • Mirtilos
      • Mirtilos inteiros ou congelados apresentam risco potencial de asfixia devido ao seu formato redondo. Para minimizar o risco, amasse cada fruta em um disco antes de servir.

Uma forma de reduzir o risco de alimentos duros como a maçã ou a cenoura é sempre cozinhar bem esses itens antes de oferecer ao bebê.

Carnes cruas

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Há alto risco de contaminação por patógenos que podem causar doenças graves. Carnes cruas podem conter bactérias como Salmonella, E. coli, e Listeria, além de parasitas como Toxoplasma gondii, que são particularmente perigosos para o sistema imunológico ainda em desenvolvimento dos bebês. A exposição a esses agentes patogênicos pode levar a infecções severas, causando sintomas como febre, diarreia, vômitos e, em casos graves, complicações de saúde a longo prazo. Por essa mesma razão é importante cozinhar os ovos.

Sobre o sushi, os bebês devem consumir apenas os peixes cozidos, grelhados ou assados.

O peixe cru representa um alto risco de doenças de origem alimentar, especialmente salmonelose e vibriose, que são infecções bacterianas prejudiciais para bebês, crianças e adultos, com maior risco de sintomas graves em bebês. Cozinhar ajuda a matar as bactérias dos alimentos. O peixe cru é permitido apenas para maiores de 5 anos. Mesmo no Japão a idade recomendada é de 3 anos.

Alguns peixes

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O peixe com baixo teor de mercúrio é um complemento saudável à dieta do bebê, fornecendo muitos nutrientes e proteínas essenciais. Peixe é uma das melhores fontes de ácidos graxos ômega-3, um nutriente importante para o desenvolvimento do cérebro e a saúde visual. Muitos peixes também contêm vitamina B12 e vitamina D, dois nutrientes essenciais que os bebês precisam para prosperar e a introdução precoce aos peixes pode ajudar os bebês a expandir seu paladar com sabores e texturas variados.

Alguns tipos de peixes devem ser evitados devido ao potencial de contaminação por mercúrio e outros poluentes ambientais, que podem ter efeitos prejudiciais no desenvolvimento neurológico e no crescimento.

Peixes grandes e de vida longa, como tubarão, peixe-espada, cavala, garoupa, atum (especialmente o atum fresco e o atum branco) e espadarte, tendem a acumular níveis mais altos de mercúrio em seus tecidos.

A exposição ao mercúrio pode interferir no desenvolvimento cerebral dos bebês, afetando habilidades cognitivas e motoras.

Por essas razões, é essencial escolher peixes com baixos níveis de mercúrio, que são seguros e fornecem nutrientes benéficos como ácidos graxos ômega-3, importantes para o desenvolvimento saudável do cérebro e dos olhos dos bebês.

  • Boas opções de peixes 🐟
    • Salmão
    • Sardinha
    • Linguado
    • Dourado
    • Cação
    • Tilápia
    • Pollock
    • Peixe branco
    • Badejo entre outros.

Atente-se que peixes e mariscos devem estar totalmente cozidos antes de serem servidos ao bebê. Nunca sirva peixe cru ou mal cozido a um bebê. Peixes ou mariscos crus ou mal cozidos são alimentos de alto risco para doenças de origem alimentar.

Carnes processadas

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O ideal é que o bebê consuma carne em sua forma natural, porque as processadas podem ser mais salgadas e terem adição tanto de conservantes como de realçadores de sabor.

Se você encontrar opções dessas carnes artesanais e com o mínimo de ingredientes, você pode oferecer ao bebê em pequena quantidade e de forma esporádica.

  • Exemplos de carnes processadas 🥓
    • Presunto, salame, mortadela
    • Linguiça, salsichas
    • Nuggets
    • Bacon

Mel

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Apesar de ser uma opção saudável para adultos, para bebês o mel traz o risco de botulismo infantil, uma doença rara mas grave causada pela ingestão de esporos da bactéria Clostridium botulinum.

O sistema digestivo imaturo dos bebês, especialmente aqueles com menos de um ano de idade, ainda não possui a acidez e as defesas bacterianas necessárias para neutralizar esses esporos, permitindo que eles germinem e produzam toxinas no intestino, o que pode levar a fraqueza muscular e problemas respiratórios graves.

Também é recomendado que alimentos comprados em lojas que contenham mel sejam evitados para bebês com menos de 12 meses de idade.

Grãos e cereais

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Os grãos e cereais são difíceis de serem digeridos por bebês, pois seus sistemas digestivos ainda estão em desenvolvimento e não produzem todas as enzimas necessárias para quebrar esses alimentos. Além disso, muitos grãos e cereais possuem antinutrientes, como o ácido fítico, que podem interferir na absorção de nutrientes essenciais.

Os principais alimentos sólidos do bebê devem ser alimentos de origem animal, pois seu sistema digestivo, embora imaturo, está mais bem equipado para fornecer enzimas para a digestão de gorduras e proteínas.

Farináceos

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Farináceos como pães, bolos e massas devem ser evitados por causa da composição nutricional inadequada desses alimentos.

Eles são geralmente feitos a partir de grãos refinados, que possuem baixo valor nutritivo e alta concentração de carboidratos simples, podendo levar a picos de açúcar no sangue e não fornecem os nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento do bebê.

Frutas secas

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As frutas secas não são apenas ricas em açúcar, mas também representam um risco potencial de asfixia e muitas vezes contêm substâncias prejudiciais à saúde como conservantes.

Ultraprocessados

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São produtos que passaram por diversos processos industriais e contêm aditivos químicos. Eles geralmente são ricos em açúcares, gorduras não saudáveis e baixos em nutrientes essenciais.

Não são recomendados para bebês devido ao seu baixo valor nutricional e potencial impacto negativo na saúde a longo prazo.

Chocolate

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Cacau e chocolate não são saudáveis para bebês por causa da cafeína e outros estimulantes, como teobromina, que podem afetar o desenvolvimento e o sistema nervoso da criança. Em excesso, a cafeína pode reduzir o apetite, causar nervosismo, afetar o sono etc e os bebês são mais sensíveis à cafeína do que crianças mais velhas e adultos.

O ideal é que as crianças com até 2 anos de idade não consumam nenhum tipo de chocolate.

Açúcar

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O açúcar tem vários impactos negativos na saúde e no desenvolvimento. O açúcar refinado oferece calorias vazias, sem fornecer nutrientes essenciais como vitaminas e minerais necessários para o crescimento adequado.

A ingestão precoce de açúcar também pode contribuir para o desenvolvimento de hábitos alimentares pouco saudáveis, aumentando o risco de obesidade infantil e cáries dentárias.

Além disso, o açúcar pode interferir na aceitação de alimentos naturalmente saudáveis e saborosos, pois os bebês podem começar a preferir o sabor doce intenso, dificultando a introdução de alimentos nutritivos.

Além de açúcar, os adoçantes também devem ser evitados. Nomes como: sucralose, xilitol, manitol, eritritol, sacarina, lactitol, advantame, acessulfame k (ou de potássio), aspartame, manitol, ciclamato de sódio, taumatina, stevia, isomaltitol, neotame, sorbitol entre outros.

Alguns outros nomes de açúcar são: amido, suco de fruta, suco concentrado, malte de cevada, cana de açúcar, maltodextrina, caramelo, rapadura, melaço, melado, néctar, malte, mel, galapolidextrose, galactose, sacarose, dextrose, frutose, lactose, maltose, ribose, glicose, glucose, xarope de arroz, xarope de alfarroba, xarope de agave, xarope de bordo, xarope de guaraná ou xarope de frutose.

Papinhas industrializadas

Ofereça papinha industrializada e em último caso, sempre procurando pelas que tiverem maior oferta de alimentos de origem animal.

Nessas papinhas os alimentos costumam ser misturados e ficam com um único sabor e cor, então o bebê não aprende a individualidade de cada um, além de que possuem um desequilíbrio dos macronutrientes, contendo muitas vezes mais carboidrato do que proteína e gordura.

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Bebidas

Sucos

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Mesmo naturais, devem ser evitados devido ao alto teor de açúcares naturais e à falta de fibras.

Além disso, o consumo de suco pode substituir a ingestão de alimentos sólidos ricos em nutrientes e a água, que são essenciais para o crescimento equilibrado e a hidratação adequada.

O suco pode também encher rapidamente o estômago do bebê, reduzindo o apetite para refeições mais nutritivas e não estimula a mastigação e o uso dos músculos faciais, importantes para o desenvolvimento da coordenação motora oral e da musculatura necessária para a fala e a alimentação eficiente.

Ofereça de preferência após 1 ano, quando o bebê já estiver tomando água regularmente.

Refrigerantes

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Refrigerantes, mesmo os do tipo zero, não são aconselháveis para os bebês durante a introdução alimentar devido a vários motivos. Primeiramente, eles não possuem valor nutricional, ou seja, não fornecem ao bebê nenhum nutriente essencial para o seu crescimento e desenvolvimento.

Além disso, refrigerantes podem ser ricos em sódio. Os refrigerantes também contêm ácidos que podem prejudicar a formação dos dentes do bebê e causar erosão dental. Refrigerantes zero, apesar de não conterem açúcar, possuem adoçantes artificiais que podem alterar o paladar do bebê, fazendo com que ele desenvolva uma preferência por alimentos mais doces, o que pode levar a problemas de saúde a longo prazo, como obesidade e diabetes.

Por fim, o consumo de refrigerantes pode diminuir a ingestão de outros líquidos mais saudáveis, como a água e o leite materno ou a fórmula, que são essenciais para a hidratação e nutrição do bebê.

Yakult

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Não é recomendado nem para bebês com mais de 2 anos, que dirá antes disso.

Apesar de alguns pais acharem que é um uma opção de bebida saudável, na verdade é um produto rico em açúcar. Seus ingredientes são: leite desnatado e/ou leite desnatado reconstituído, açúcar, glicose (que é outro nome para açúcar), fermento lácteo e aroma.

Chás com cafeína

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A cafeína é um estimulante que pode causar irritabilidade, agitação, e dificuldades para dormir, impactando negativamente o padrão de sono essencial para o crescimento saudável dos bebês.

Exemplos de chás com cafeína: chá verde, chá mate, chá preto etc.

Kombucha

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A bebida traz muitos benefícios à saúde, mas tanto as variedades caseiras, quanto as do tipo pasteurizadas devem ser evitadas para bebês. Durante o processo de fermentação, o scoby da kombucha se alimenta dos açúcares adicionados e produz naturalmente um pouco de álcool.

Quaisquer benefícios potenciais do kombucha para a saúde viriam dos probióticos, mas como existem muitas outras fontes de probióticos sem álcool, essas seriam uma aposta melhor para os bebês e crianças.

Álcool

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Claro que ninguém pensa em oferecer álcool ao bebê, mas o que às vezes os pais deixam passar despercebido se refere à cozinhar com álcool. Não indico que seja oferecido ao bebê alimentos que possam ter sido preparados com álcool, eis que o álcool não evapora 100% das preparações, nem quando ficam no fogo por horas.

Então, se foi adicionado qualquer tipo de álcool, mesmo tendo sido cozinhado por um bom tempo, ainda assim não tem como afirmar que a preparação será zero álcool e portanto não deve ser oferecido ao bebê o alimento.

Leite de vaca

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Os bebês podem consumir laticínios antes de um ano de idade na forma de alimentos sólidos – mas o tipo e o preparo são importantes.

Produtos lácteos, como iogurte integral, queijos e manteiga, podem ser oferecidos ao seu bebê após os 6 meses, mas como o leite de vaca na forma de bebida é consumido em quantidades maiores do que os outros laticínios mencionados, muitas vezes ele acaba por substituir o leite materno e a ingestão de fórmulas.

Por isso, sua introdução antes dos 11-12 meses de idade pode levar a problemas como anemia ferropriva e desconforto intestinal, devido ao fato de ser nutricionalmente incompleto, pobre em ferro e do sistema digestivo dos bebês não poder tolerar bem a proteína do leite de vaca em grandes quantidades.

Comparado ao leite materno ou à fórmula, o leite de vaca é nutricionalmente incompleto, o que significa que não fornece todas as gorduras e nutrientes saudáveis que seu bebê precisa para se desenvolver. Embora o leite de vaca seja a base para a maioria das fórmulas infantis, ele é modificado na fórmula para torná-lo nutricionalmente semelhante ao leite humano. Ou seja, após a introdução alimentar, continue amamentando ou oferecendo fórmula e não troque o leite nessas apresentações pelo leite de vaca.

Já pequenas quantidades de leite podem ser utilizadas na culinária. Após os 12 meses o leite de vaca puro pode ser ofertado como boa fonte de gordura e nutrientes essenciais, incluindo cálcio, vitamina D, proteína, vitamina A e zinco.

“Leites” vegetais

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Leites vegetais são nutricionalmente incompletos para bebês e podem promover deficiências nutricionais se substituírem alimentos mais saudáveis, como leite materno ou fórmula.

É por isso que o consenso geral sugere esperar para servir leites vegetais como bebida até depois do primeiro aniversário do bebê, embora cozinhar alimentos com leites vegetais, sem sabor adicionado e em pequena quantidade, seja aceitável.

Whey Protein

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O sistema digestivo dos bebês ainda está em desenvolvimento e pode não ser capaz de processar adequadamente suplementos proteicos concentrados. Embora seja uma fonte de proteína, as necessidades proteicas das crianças são menores, e a suplementação só deve ser considerada com recomendação profissional.

A presença de adoçantes também torna o consumo desaconselhável para os pequenos. É importante que os bebês recebam suas proteínas de fontes naturais, como carnes, peixes, ovos e laticínios, que fornecem não apenas proteínas, mas também uma gama de outros nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento saudável.